Artigo: Democracia e Luta dos servidores da Educação

Crédito Imagem: - Fonte: Assessoria de Comunicação - Autoria: Samantha Maniero

Em tempos de ataques à democracia, inclusive, de conceitos dissonantes sobre o seu significado, é confortante saber que temos algum espaço para diálogo, na esperança de sermos mais que ouvidos, mas atendidos em nossos anseios diante do desafio de ser servidor público na Educação de Piracicaba.

Foi com simpatia que li o artigo publicado pelas professoras dos Movimento Luto pela Educação e do Coletivo Educação em Foco sobre a reunião que tiveram com a Secretária de Educação Juliana Vicentim no último dia 13.

Os assuntos tratados são pontos sensíveis para a rede municipal, não apenas pensando nas condições de trabalho dos servidores, que são muito importantes, mas também considerando no quanto estes aspectos são entraves ao oferecimento de um serviço de maior qualidade para a população, principalmente para nossas crianças.

Além do mais, todos os assuntos tratados endossam o que já foi tratado em reuniões entre o Sindicato e a senhora Secretária Juliana, que ocorrem desde o início de fevereiro, numa relação baseada em profissionalismo e respeito, mas com assertividade quanto as necessidades da Rede.

Nossos associados nos trazem frequentemente as dificuldades enfrentadas no dia a dia das escolas, sejam os servidores da equipe administrativa, da merenda ou da equipe pedagógica, que ano a ano se repetem ou que vão a “passos de formiga” sendo resolvidos. Sei bem como é desafiador, nesses 25 anos como professora, servidora na Prefeitura de Piracicaba, já vivenciei administrações de vários prefeitos, secretárias e secretários de educação e junto com a Rede, vi os problemas também crescerem. E é por isso que me dispus à luta na esfera sindical, na premissa de fazer a diferença. Só quem sente, quem sofre, sabe.

Mas voltando às dificuldades tratadas, foi importante que esta reunião tenha ocorrido, já que a pauta apresentada reforça os pontos já explanados por nós, Sindicato, à Secretária.  Nossa primeira reunião, dia 17 de fevereiro, tratava da falta de materiais indispensáveis ao atendimento às crianças, das dificuldades da Educação Especial, da alimentação dos servidores, da inclusão dos servidores do suporte pedagógico no pagamento do décimo quarto salário e das horas extras que foram absurdamente contingenciadas numa secretaria em que há um grande déficit de servidores. São crianças a serem atendidas, não papéis que se guardam numa gaveta, que podem esperar. É uma secretaria cheia de especificidades, que precisa de um olhar mais humano, afetuoso e atento.

Logo em seguida, já no dia 28 de fevereiro, fomos convidados pela Secretária Juliana para conversarmos sobre algumas adequações feitas sobre o impasse causado pelo contingenciamento, que dificultava e até de certa forma impedia que os servidores da Educação que trabalham nas escolas pudessem se valer do direito às dispensas por doação de sangue, justificativa eleitoral, abono e às justificativas de ausência para exames e consultas médicas.  Ainda não o ideal, mas um passo para que direitos fossem assegurados. A normativa foi refeita com as adequações e publicada nos dias subsequentes.

Em nosso último encontro, no dia 11 de abril, a pauta foi sobre a necessidade do Plano de Carreira, sobre a importância da participação do Sindicato dos Municipais, por direito, como representante legal da categoria e da necessidade de transparência na forma como serão selecionados os membros que participarão da comissão para tal. Demos a sugestão que seja feita no mesmo molde da eleição dos Conselhos Municipal de Educação, do CAE e do Fundeb. Também foi levantada a questão da contratação de servidores, pauta urgente, inclusive para a manutenção e ampliação do EJA (Educação de Jovens e Adultos) tão esquecidos nas últimas administrações. A terceirização da merenda escolar também foi tratada, com o alerta de que não sejam causados prejuízos aos servidores desta divisão. Outras conversas têm acontecido, por diversos meios, sobre dificuldades, dúvidas, sugestões e soluções, de forma assertiva e profissional.

Por uma ótica esperançosa, fomos todos ouvidos pela secretária e firmado o compromisso do diálogo, da busca pela valorização do servidor, de uma educação de qualidade e acima de tudo, de respeito.

Parabéns, em nome do Sindicato dos Municipais, ao Movimento Luto pela Educação, ao Coletivo Educação em Foco e a todos os servidores da Educação por somarem na luta. Seguimos na busca, tanto dos nossos direitos, quanto nos direitos das crianças a uma educação de qualidade.

“Sonho que se sonha só, é só um sonho que se sonha só. Mas sonho que se sonha junto é realidade”. Sigamos.

As matérias sobre as reuniões realizadas estão em www.smunicipais.org.br

Samantha Maniero – Servidora, Professora e Dirigente do Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Piracicaba e Regiões.